Entenda em 5 pontos a reivindicação do Brasil por uma 'ilha submersa' rica em 'minerais do futuro'

  • 08/07/2025
(Foto: Reprodução)
Elevação do Rio Grande é uma formação geológica submersa do tamanho da Espanha, localizada a cerca de 1.200 km da costa do RS e submersa a 5 mil metros de profundidade. Veja como é a Elevação Rio Grande, ilha submersa no litoral do RS Uma ilha submersa do tamanho da Espanha, localizada a cerca de 1.200 km da costa do Rio Grande do Sul e a 5 mil metros de profundidade, é reivindicada pelo Brasil. Trata-se da Elevação do Rio Grande (ERG), uma formação geológica que o país quer reconhecer como parte do seu território junto à Organização das Nações Unidas (ONU). 📲 Acesse o canal do g1 RS no WhatsApp Análises geológicas indicam que essa formação submersa é uma continuação natural do território continental brasileiro. Pesquisas da USP mostram que o solo da região é geologicamente semelhante ao do interior de São Paulo. Além disso, a área é rica em minerais estratégicos, como as chamadas “terras raras”, essenciais para a transição energética e a indústria de alta tecnologia. A seguir, o g1 respondeu as 5 principais dúvidas sobre o tema: 1. A quem pertence a ilha submersa? A Elevação do Rio Grande se encontra em águas internacionais e, até então, é considerada patrimônio comum da humanidade. Por isso, a área ainda não é oficialmente reconhecida como território brasileiro, mas o país reivindica esse reconhecimento desde 2018 junto à Comissão de Limites da Plataforma Continental (CLPC), órgão da ONU responsável por analisar esse tipo de solicitação. Evidências geológicas mostram que o solo da ERG é idêntico ao do interior de São Paulo, o que indicaria uma continuidade natural do território continental brasileiro. A reivindicação é feita com base na Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (CNUDM), que permite aos países ampliar sua plataforma continental, desde que comprovem essa continuidade geológica. “O fato de que estamos encontrando esses indícios, de que essa área era uma ilha até pouco tempo atrás, é muito importante, porque mostra que havia uma relação direta com o continente”, avalia o pesquisador Luigi Jovane, da USP. A submissão brasileira está em análise desde fevereiro de 2025 e abrange uma área de cerca de 1,5 milhão de km². A expectativa é que, se aprovada, a região passe a integrar a Plataforma Continental Brasileira, permitindo ao país exercer soberania sobre os recursos do leito marinho e subsolo. Imagens feitas com veículo não tripulado mostram cânion que corta Elevação do Rio Grande Luigi Jovane/USP 2. Quem pode reivindicar território em águas internacionais? A CNUDM, assinada em 1982, estabelece que os países costeiros têm direito a uma Zona Econômica Exclusiva (ZEE) de até 200 milhas náuticas (cerca de 370 km) a partir da costa. Nessa faixa, o país tem soberania para explorar recursos naturais. ➡️ ZEE: território marítimo que abrange uma faixa de 200 milhas náuticas (aproximadamente 370 quilômetros) a partir do litoral, estabelecido como território brasileiro desde a assinatura da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito Mar (CNUDM), em 10 de dezembro de 1982. O território além desta faixa é considerado patrimônio da humanidade. No entanto, a convenção também permite que os países reivindiquem a extensão de sua plataforma continental além das 200 milhas, desde que comprovem a continuidade geológica do território. É exatamente isso que o Brasil está fazendo com a Elevação do Rio Grande. A ONU, por meio da CLPC, não decide sobre soberania territorial, mas reconhece o direito de exploração econômica sobre o leito e subsolo marinhos. Ou seja, se a submissão for aprovada, apenas o Brasil poderá explorar os recursos minerais da região, mesmo que ela esteja em águas internacionais. 3. O Brasil tem capacidade de explorar esses recursos? A Elevação do Rio Grande é rica em terras raras, um grupo de 17 minerais estratégicos para a transição energética e a indústria de alta tecnologia. Esses elementos são essenciais para a fabricação de turbinas eólicas, baterias de carros elétricos, equipamentos médicos e até armamentos. "São minerais que ocorrem na natureza. Ou o país tem reserva ou não tem, não tem como criar uma indústria de minerais. E o Brasil tem muito desta riqueza. O que encontramos é uma concentração anômala de minerais na Elevação Rio Grande", explica a pesquisadora Carina Ulsen, da USP. O Brasil possui a segunda maior reserva de terras raras do mundo, com cerca de 21 milhões de toneladas. No entanto, ainda não domina plenamente a tecnologia de beneficiamento e transformação industrial desses minerais. Isso significa que, atualmente, o país exporta boa parte como matéria-prima bruta, sem agregar valor. Apesar disso, há avanços. Jazidas em Minas Gerais e Goiás estão sendo exploradas com tecnologias mais modernas, e o governo federal tem buscado atrair investimentos e desenvolver infraestrutura nacional para transformar o Brasil em um player relevante nesse mercado. Explorar a ERG, no entanto, deve exigir tecnologia de ponta para mineração em grandes profundidades, algo que o Brasil ainda está desenvolvendo. Ilha submersa Rio Grande do Sul 1 Reprodução/USP LEIA TAMBÉM 'Terras raras': jazida sobre vulcão inativo no Sul de MG pode colocar o Brasil na liderança da transição energética 'Terras raras' são ponto-chave na geopolítica mundial, e Brasil tem potencial na área; entenda O que são 'terras raras' e como a China as usa como arma estratégica 4. Outros países podem interferir? Embora a área esteja em águas internacionais, nenhum outro país pode explorar os recursos da Elevação do Rio Grande se a ONU reconhecer a submissão brasileira. A CNUDM garante esse direito ao país que comprovar a extensão de sua plataforma continental. Ainda assim, há temores sobre a capacidade do Brasil de proteger esse território, tanto do ponto de vista militar quanto diplomático. A Marinha do Brasil participa do processo de submissão e da vigilância da chamada Amazônia Azul, que inclui a ZEE e as áreas pleiteadas além das 200 milhas. 5. E o meio ambiente? A possibilidade de exploração mineral em áreas tão profundas levanta preocupações ambientais. Pesquisadores da USP envolvidos nos estudos da ERG afirmam que o objetivo não é defender a mineração submarina, mas compreender a biodiversidade e a geologia da região. Qualquer atividade econômica futura dependerá de licenciamento ambiental rigoroso, com participação de órgãos como o Ibama. "Nosso trabalho não é advogar a favor da mineração submarina, mas estudar a região e entender o que temos lá embaixo do ponto de vista mineral, animal e vegetal", diz a pesquisadora Carina, da USP. Brasil reivindica ilha submersa no Oceano Atlântico Arte g1 VÍDEOS: Tudo sobre o RS

FONTE: https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2025/07/08/entenda-em-5-pontos-a-reivindicacao-do-brasil-por-uma-ilha-submersa-rica-em-minerais-do-futuro.ghtml


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